quinta-feira, 1 de outubro de 2015

STRATHERN, Paul. Marx in 90 minutes. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 35 p. ISBN: 978-85-378-0473-5



STRATHERN, Paul. Marx in 90 minutes. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 35 p. ISBN: 978-85-378-0473-5 (compre o livro aqui)

Nascido em Trier, na Alemanha, a 5 de maio de 1818. pai advogado, e um dos tios foi fundador da holandesa Philips.
Seus autores favoritos eram Kant e Voltaire:
Escapou do serviço militar por razões de saúde (com atestado supostamente falso)
A filosofia imensamente prolixa e complexa de Hegel veio à luz num momento histórico oportuno. Seu idealismo, sua insistência em que tudo se move rumo ao Espírito Absoluto, preencheu o vácuo espiritual deixado por uma crescente desilusão com a religião. Foi Hegel quem primeiro disse “Deus está morto”, em 1827 (referindo-se a ideia cristã, mais limitada, de Deus), e não seu incendiário sucessor Nietzsche.
Aos 20 e poucos anos, o alemão Ludwig Feuerbach abandonara a teologia para estudar sob a orientação de Hegel em Berlim. Segundo Feuerbach, o cristianismo nada tem a ver com a relação da humanidade com Deus.

A tese de doutorado de Marx exaltava Prometeu, o herói grego que roubou o fogo dos deuses e o trouxe para a humanidade e, como castigo, foi acorrentado a uma rocha no Cáucaso, aonde uma águia voltava a cada dia para bicar-lhe o fígado, que sempre se renovava. Esse herói (cujo nome significa “aquele que vê, ou pensa, o futuro”) fornece uma perturbadora metáfora do destino de Marx e de suas ideias — e de fato Marx se identificou com Prometeu ao longo de toda a sua vida.
Foi um excelente jornalista do jornal A Gazeta Renana, sediado em Colônia. Chegou ao cargo de Editor Chefe e tinha apelido de “Mouro” por causa de seu rosto moreno e barbado. Tornou-se o jornal de maior circulação na Prússia.
Atacava as autoridades, e em 1843 A Gazeta Renana foi fechado.
Casou-se com uma namoradinha de infância (de família tradicional) e quatro anos mais velha que ele (nome Jenny von Westphalen). Depois foi morar em Paris.
Marx iniciou um intenso estudo do fundador da economia, o escocês Adam Smith, e de seu sucessor, o inglês David Ricardo.
Antes os filósofos apenas interpretavam o mundo; ... a questão, porém, é transformá-lo.” (MARX)
Para se sustentar em Paris, Marx conseguiu um cargo como editor da Revista Deutsch-Französische Jahrbücher. Através dessa revista, conheceu Friedrich Engels, cujo pai possuía cotonifícios na Renânia e um em Manchester, Inglaterra. Engels, então com 23 anos, trabalhava nos negócios da família em
Manchester há dois. Engels, apesar de ter abandonado os estudos secundários aos 17 anos, adquiriu depois um conhecimento considerável de 24 línguas. Era um respeitável homem de negócios e membro da bolsa de algodão de Manchester, e namorava Mary Burns (uma irlandesa ruiva e analfabeta). Ela quem o guiava nas favelas irlandesas e isso o influenciou nas sua obra “A condição da classe operária na Inglaterra”
Engels e Marx tiveram um rápido contato quando Marx era editor da Gazeta Renana. Mas quando Engels começou a escrever artigos para Deutsch-Französische Jahrbücher que Marx reconheceu nele um espírito irmão. Então a segunda vez que se encontraram em Paris, com Engels de férias hospedado na casa de Marx e mantiveram o contato por 10 dias. E conta-se que, Engels foi o único amigo com quem Marx nunca brigou. E Engels idolatrava Marx.
Os dois passaram a escrever no Deutsch-Französische Jahrbücher e o por pressão das autoridades prussianas a revista foi fechada e Marx foi expulso da França e foi montar residência em Bruxelas na Bélgica.
Engels seguiu Marx para Bruxelas, onde ingressaram na recém-formada Liga Comunista e redigiram o Manifesto do Partido Comunista (Não havia nenhum partido comunista). O Manifesto comunista (como é hoje mais popularmente conhecido), tornou-se um dos maiores bestsellers mundiais na história da imprensa, e tinha 40 páginas.
Estimulado por Engels, Marx abandonou o idealismo da Liga Comunista. Deixaram a Bélgica e voltaram para Renânia (ALE), onde Marx aceitou o cargo de editor da ressurrecta Nova Gazeta Renana. Para pasmo de seus amigos, começou então a escrever artigos condenando a revolução. (Para conseguir algo, a classe trabalhadora devia colaborar com a burguesia democrática). Durou pouco essa mudança.
Marx foi preso quando passou a defender a resistência armada a semelhante suspensão dos direitos democráticos. Mas, declarou aos jurados que não estivera pregando a revolução, apenas defendendo o reino. Foi absolvido por unanimidade pelo júri que até lhe agradeceu, enquanto toda a sala aplaudia.
Foi deportado e em agosto de 1849 foi para Londres, acompanhado da família, com três crianças pequenas, estando Jenny grávida de mais uma e por mais de um ano levava uma vida precária e foi posto na rua (com caçula recém-nascido que morreu antes de completar 1 ano) por não pagar aluguel.
Engels desistiu de ser jornalista e voltou a trabalhar na fábrica do pai em Manchester, para ajudar Marx e a família que foram morar no último andar do n. 28 da Dean Street, no Soho (ING), tinha 2 cômodos apenas onde viviam ele, a esposa, 3 crianças e a criada Lenchen. Engels ajudou Marx por uma década, a 480 quilômetros de distância. Marx não gostava de aparecer em assembleias públicas nem de se defrontar com pares intelectuais.
Sua casa era vigiada pela polícia prussiana.
Um dos espiões adentrou na residência de Marx e descreveu um local deplorável: “Assim que se entra no quarto dele, os olhos ficam tão toldados por fumaça de carvão e vapores de fumo que tem-se a impressão de estar entrando às cegas numa caverna. .... Tudo é tão sujo, e o lugar tão empoeirado, que até sentar-se é arriscado. A cadeira em que sentei tinha só três pernas, as únicas cadeiras inteiras estavam sendo usadas pelas crianças para brincar e preparar comida. ... Além de pouco hospitaleiro, Marx é também completamente desorganizado e misantropo. Leva a vida de um genuíno intelectual boêmio. Raramente se lava, penteia o cabelo ou troca de roupa. Gosta também de se embebedar.
Por vezes fica ocioso por dias a fio, mas trabalha dia e noite com incansável resistência quando tem muito trabalho a fazer. Não segue nenhuma rotina no que diz respeito a levantar-se ou deitar-se. Com frequência passa a noite toda acordado; depois deita-se completamente vestido no sofá ao meio-dia e dorme até a noite, alheio a quem quer que entre ou saia do cômodo. ”
Em 1856 uma nova e magnífica sala de leitura foi inaugurada no Museu Britânico (sob uma vasta cúpula cujo projetista italiano tivera o cuidado de não fazer maior que a de São Pedro, em Roma, reduzindo secretamente seu diâmetro em alguns centímetros). E ali Marx pôde estudar Hegel e Feuerbach no alemão original, além de Adam Smith e David Ricardo.
Mais dois filhos morrem ainda crianças.
Vivia uma dieta de pão e batatas, além de consumir charutos baratos.
Marx teve um caso com Lenchen Demuth, e engravidou-a. Engels, uma visita frequente, assumiu a responsabilidade pelo fato. Quando Lenchen deu à luz um filho pequenino e peludo, Jenny teve suas suspeitas, mas guardou-as para si, pelo bem da família. Anos mais tarde, em seu leito de morte, Engels revelou a verdade à filha de Marx, Eleanor (conhecida como Tussy).
O jovem Freddy Demuth veio a ser um verdadeiro membro do proletariado, trabalhando numa fábrica de motores em Hackney, no East End, em Londres.
As filhas se suicidaram: Laura, a filha mais velha suicidou-se com o marido. E Eleanor (Tussy), a filha favorita, após ser rejeitada por seu amante mulherengo (sendo ele quem deu o ácido prússico a ela).
Marx chegou a ser admitido como correspondente do londrino New York Daily Tribune, na época o jornal de maior circulação do mundo. Onde deveria escrever dois comentários por semana. Muitas vezes Engels escrevia às pressas para não perder o prazo.
Empenhou seu único par de calças para poder comprar charutos.
Um escrevente ganhava em média 75 libras por ano, e Marx ganhava de Engles 150 libras, mais duas libras por cada artigo que escrevia. Chegava em média a 200 libras por ano. Pagava 22 libras de aluguel.
Mudou de Dean Street quando sua esposa recebeu uma herança de família.
Marx esboça uma evolução filosófica da consciência: Originalmente vivemos em harmonia com a natureza (tese). Ao nos opormos à natureza, nos apercebemos de nós mesmos como seres humanos (antítese). Dessa luta nasce nossa consciência (síntese).
Na visão de Marx, O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem. As vidas política, intelectual e artística, e até espiritual, ecoam esse método de produção, que é justificado pelo ganho financeiro. A existência material dita nossa consciência (materialismo histórico).
O capital, foi publicado em 1867. A melhor obra de Marx é também a mais difícil de se ler.
Segundo Marx, o capitalismo é basicamente injusto. Sustenta-se na exploração dos trabalhadores, porque os capitalistas têm a posse dos meios de produção: o maquinário, as ferramentas etc. O algodão chegava à porta da fábrica na forma de um fardo e saía como peças de roupa que podiam ser vendidas a um preço mais alto. Dessa maneira, o trabalhador na fábrica adicionava valor às mercadorias. Mas não lhe pagavam o valor total que acrescentara. Em verdade pagavam-lhe um salário de subsistência, ou pouco mais; o dono da fábrica embolsava esse valor excedente, a mais-valia, como lucro. Isso, segundo Marx, é exploração.

Marx morreu em 1883 aos 64 anos. Foi sepultado em Highgate (ao norte de Londres)

No cemitério, ficou no setor reservado às pessoas banidas e rejeitadas pela igreja anglicana. Onde Engels proferiu emocionada oração fúnebre:
"Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por estas suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. e ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. e morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal"

Dos 7 filhos de Marx, 4 morreram na infância e duas cometeram suicido na idade adulta:
Eleanor Marx (Londres, 16 de janeiro, 1855 — Londres, 31 de março, 1898) - Traduziu diversas obras literárias, como Madame Bovary, assim como A dama do mar e Um Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen. - Morreu aos 43 anos (ácido prússico – Suicídio)
Jenny Caroline Longuet ou Jenny Marx (1 de maio de 1844 - 11 de janeiro de 1883) - Era uma militante socialista. Morreu aos 38 anos. (Provavelmente câncer de bexiga)
Jenny Laura Marx (Londres, 26 de Setembro de 184526 de Novembro de 1911), segunda filha de Karl Marx e Jenny von Westphalen. Casou-se com Paul Lafargue (autor de O Direito à Preguiça).Paul morreu aos 69 anos (pacto de suicídio com a esposa Laura que tinha 66 anos).(mensagem deixada por PAUL: "Estando são de corpo e espírito, deixo a vida antes que a velhice imperdoável me arrebate, um após outro, os prazeres e as alegrias da existência e que me despoje também das forças físicas e intelectuais; antes que paralise a minha energia, que quebre a minha vontade e que me converta numa carga para mim e para os demais. Há anos que prometi a mim mesmo não ultrapassar os setenta; por isso, escolho este momento para me despedir da vida, preparando para a execução da minha decisão uma injeção hipodérmica com ácido cianídrico. Morro com a alegria suprema de ter a certeza que, num futuro próximo, triunfará a causa pela qual lutei, durante 45 anos. Viva o comunismo! Viva o socialismo internacional!". ). Lênin foi o orador principal no enterro.

Edgar Marx - (Nascimento: 3 de fevereiro de 1847, Bruxelas, Bélgica. Falecimento: 6 de maio de 1855) – 8 anos. (MARX não tinha dinheiro para enterrar o filho)
Henry Edward Guy Marx (Nascimento: 5 de setembro de 1849, Londres, Reino Unido. Falecimento: 19 de novembro de 1850, Londres, Reino Unido) – 1 anos e 2 meses.
Jenny Eveline Frances Marx – filha. (Nascimento: 28 de março de 1851. Falecimento: 14 de abril de 1852). 1 ano 1 mês.
Henry Frederick Demuth (apelido – Freddy e deram-lhe o nome de Frederick, para insinuar que era filho de Friedrick Engel- nascido em 1851)  – Filho ilegítimo com Helene Demuth, a Lenchen ou Nim, empregada doméstica da família. Ela tinha 28 anos e Marx, 32. Freddy foi entregue para adoção. Freddy morreu em 28 de janeiro de 1929, aos 77 anos, na Inglaterra, de insuficiência cardíaca.

Após a morte de Marx, Engels contratou Helene como empregada. após a morte de Helene, Engels a enterrou ao lado de Marx e Jenny no túmulo da família em Highgate.


A mulher de Karl Marx vinha de origem fidalga, o próprio tio de Karl fundou a Philips holandesa, porém a família Marx vivia em penúria, com filhas se suicidando, outra pequena, a Franziska, adoeceu com bronquite, morreu, e Jenny Marx – a esposa – precisou implorar uma doação de 2 libras para o caixão da menina. Por outro lado, a mãe de Karl Marx vivia criticando o filho e dizia “ao invés dele ficar escrevendo tanto sobre o capital, deveria é ganhar algum!”


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